3 de maio de 2011

Cachoeira do Arari - búfalo econômico

Lendo este blog você pode achar que um dia eu estava em Soure e no dia seguinte acordei em Cachoeira do Arari, o que não é nem perto da verdade.
Embarquei na balsa para o porto do Camará quinze para às sete da manhã, afim de tomar uma van que me disseram sair às 7h20. Mas como sempre no Pará uns dizem uma coisa, outros dizem outra e outros dizem que não é nada disso, é aquele outro. A ideia era sair cedinho e pegar a tal van, que disseram uns, já tinha ido; e disseram outros, não vinha hoje se não apareceu até agora; e outros ainda disseram que ela não existe. Diante disso, fui atrás da única informação que mais de três pessoas haviam me dado: às nove horas do Camará sai o Búfalo.

O Búfalo é um ônibus desses de linha que tínhamos em São Paulo em 1990, os bancos são de plástico e chacoalha tanto que parece que vai desmontar. Depois de duas horas de espera, lá fui eu embarcar no “Búfalo do Marajó” - assim dizia o resto de tinta na lateral.
Pra andar 61 quilômetros, do porto do Camará em Salvaterra até Cachoeira do Arari, “de Búfalo” levei (com uma mala de 18 quilos no colo, sem outro espaço para ela) quatro horas de viagem. Pior é que tive sorte, eu consegui sentar, imagine eu em pé, por quatro horas dentro do ônibus e uma mochila de 18 quilos?!
Nessa hora me lembrei das reclamações sobre a classe econômica que ouvi recentemente, pensando no quão imbecis são essas pessoas que reclamam de viajar milhares de quilômetros em poucas horas no ar condicionado... Então resolvi não reclamar do Búfalo, sempre pode ser pior, poderia não existir nem aquele ônibus, nem mesmo aquela estrada de terra! Cheguei à Cachoeira do Arari às 13h10, sã e salva, e é isso que importa. O que raios fui fazer em Cachoeira do Arari? Além do Museu do Marajó que fica lá (post abaixo) fui investigar o uso do tucumã na alimentação tradicional local.

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